1-Por
Gedson Thiago
A
construção da integração regional amazônica caracteriza-se historicamente pela
atuação muito presente da acumulação capitalista. Ao fazer um retrospecto da
economia brasileira, em particular a economia amazônica, observa-se que ela foi
construída para servi a lógica de uma reprodução ampliada de capital.
A
integração de região amazônica foi “sustentada pela conformação de um modelo
extrativista, das drogas do sertão, o que produziu um verdadeiro genocídio
indígena” (MARQUES, 2012), no período da colonização portuguesa. Tal situação
foi um prelúdio para os séculos seguintes e também se consolida no momento
atual, dado que a economia da região amazônica se mantém como primaria-exportadora.
Ao fazer um retrospecto da economia brasileira, em particular a economia amazônica, observa-se que ela foi construída para servi a lógica de uma reprodução ampliada de capital
A
economia da borracha na Amazônia no fim do século XIX inicio do século seguinte,
não se comportou de forma diferente, pois, a borracha produzida na região via o
sistema de aviamento, condicionou mais uma vez a economia local em primaria-exportadora,
com baixa agregação de valor e apropriação bruta da natureza sem grande
incorporação tecnológica. Ocorreu que a economia extrativa da borracha
amazônica enfrentou uma concorrência devastadora dos seringais asiáticos (os
quais começaram a existir com as sementes das seringas saqueadas da Amazônia),
levando-a a uma profunda crise seguida de sua decadência.
A
economia da borracha amazônica voltava a tomar um fôlego no período da segunda
guerra mundial, pois, os seringais da Ásia estavam todos arrasados pela guerra,
sem condições de produzir sua matéria-prima, o látex. Nenhuma mudança no que
tange a estrutura econômica ocorreu a não ser a condução da mão-de-obra nordestina
pelo governo federal para a Amazônia, que veio a formar os soldados da
borracha, e estes produzindo num regime primário-exportador.
Nesse
período, pós segunda guerra mundial, a divisão internacional do trabalho (DIT)
agiu no sentido de consolidar na região amazônica a dinâmica de uma economia agrário-exportadora,
tal configuração fortaleceu o sentido que as nações periféricas passaram a
desempenhar na ótica da dos países desenvolvidos, uma simples produtora de
matérias-primas.
A
integração da região Amazônica foi também fortemente marcada pela extração
mineral. Em 1945 foi descoberta na serra do navio, no Amapá, grandes reservas
de manganês “explorada pela mineradora Icomi, que na pratica representava os
interesses da multinacional norte-americana Bethlehem Steel” (MARQUES, 2009). A
extração mineral feita por essa empresa esgotou as reservas de manganês de alto
teor em apena 13 anos, de 1957 quando houve a primeira exportação até 1970. O
que levaria 50 anos para esgotar terminou bem antes pela exploração sem
responsabilidade social deixando um enorme passivo social na região.
A
trajetória da exploração mineral na Amazônia segue com as descobertas de
reservas minerais de manganês na serra do Sereno em 1966 em Marabá-PA pela
Codin subsidiaria da Union Carbide, das reservas de ferro em Carajás-PA em 1967
pela United States Steel, e das Reservas de bauxita (matéria-prima do alumínio)
foram encontradas em Oriximiná-PA em 1969, exploradas pela Companhia Vale do
Rio Doce. Posteriormente o programa grande Carajás, parte integrante do
programa polamazônia (1974), concentrou grandes investimentos na região
amazônica o que delineou a ocupação de região por meio desses grandes projetos
minerais, o qual o governo federal criou as condições estruturantes para o
capital privado se instalar na região amazônica colocando-a como área
estratégica para economia dos países imperialistas.
Por
tanto, a integração regional da Amazônia foi conduzida pela atuação direta da
acumulação capitalista, pois, desde a exploração e envio do exclusivo
metropolitano pelos portugueses, passando pela economia da borracha e seguido
pela dinâmica dos grandes projetos minerais, mostrou se que a acumulação de
capital (o processo de acumulação da massa de capital após cada ciclo deste,
mantidos constantes os elementos que os constitui, meios de produção e força de
trabalho – forma valor do capital) por parte do empresariado nacional e
internacional foi “servido de bandeja” pelo governo brasileiro com seus
financiamentos a fundo perdido e seus incentivos fiscais.
Outro
aspecto relevante a observar na integração regional da Amazônia em todos esses
períodos é a dinâmica econômica nela desenvolvida (primário-exportadora) que
sempre se realizava na esfera da comercialização (D – M –D’) o que inibia
investimento privado deixando para o estado a responsabilidade de criar a
infra-instrutora de forma que a economia
da Amazônia não se desenvolveu de forma a gerar uma distribuição de renda
equitativa.
1-Bolsista de Iniciação Científica e discente do Curso de Graduação em Economia da Universidade Federal do Pará.
1-Bolsista de Iniciação Científica e discente do Curso de Graduação em Economia da Universidade Federal do Pará.
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